Desde o princípio dos trabalhos que me propus realizar ao
iniciar estas Crónicas, me considerei como uma das pessoas menos qualificadas
para os realizar, uma vez que em apenas uma das minhas comissões, a primeira,
fui empenhado em missões de combate propriamente ditas. Nas restantes duas
Comissões, embora tenham sido consideradas missões de guerra, não o foram de
combate real, pois as minhas missões foram essencialmente preenchidas com
funções administrativas, que para efeitos de historial, não se prestam muito ao
preenchimento de umas Crónicas dignas de tal nome. Não ocorrem quaisquer
episódios que dêem boas histórias , pois o trabalho em que estamos ocupados não
se presta para elas e, poderá suceder, como agora, que me veja com pouco ou
nenhum assunto para ocupar este “post” que estou a tentar levar a bom termo.
Assim, e como último recurso, vou debruçar-se sobre a antiguidade
dos materiais de que estávamos equipados para a temática ofensiva e
defensiva que era primordial para o bom cumprimento da nossa missão nos
territórios da ex-colónia portuguesa de Angola.
Metralhadora Pesada Breda 7,9 mm m/38 |
Para começar, vou integrar a seguir uma
imagem de uma arma de origem italiana e que, ao tempo, já tinha uma respeitável
idade, pois tinha nascido em 1938 tendo, para uma arma, uma respeitável duração
de 34 anos, portanto, já tinha sido estrela na II Guerra Mundial e, embora assim fosse, desempenhava muito bem
e sem falhar, a sua mortífera missão , com poucas ou raras avarias mecânicas.
Material velho, mas de excelente eficiência. Havia uma outra estrela de
antiguidade, mas com uma elevada e eficiente “performance”, desta vez, no ramo
auto. Só tinha um defeito: a sua suspensão era de uma rigidez insuportável e,
em viagens longas e por caminhos acidentados, deixava os pobres passageiros com
dores insuportáveis em todo o corpo, mas principalmente e pior na coluna dorsal,
que ficava como que desfeita com os solavancos que lhe eram propinados.
Jeep Willys m/940 |
Anexo aqui e agora uma imagem dessa
estrela, de origem americana, nascida por volta dos anos 30-4l, sendo
largamente utilizado pelas forças Aliadas, durante a II Guerra Mundial. Após
ter sofrido algumas alterações, surgiu com as formas e modelos idênticos ao da
imagem anexa. Prosseguindo agora, quero apresentar mais uma estrela , mas desta
vez, no ramo Aeronáutico . Trata-se do famoso avião de caça T6 Harvard, que foi
criado em 1941 nos EUA e usado como avião de treino para os pilotos das USAF,
USNavy e RAF, até 1950.Vieram para Portugal em 1947 e 1950, sendo utilizados
também como aviões de treino para os pilotos da FAP. Foram utilizados na Guerra
Colonial e abatidos ao efectivo em 1978. Podem ainda ser vistos no Museu do Ar
em Alverca e pode-se ainda voar neles. Anexo
a seguir uma imagem do aparelho em questão.
Avião caça T6 Harvard |
.Prosseguindo na exposição das
antiguidades das Forças Armadas em Angola em geral e em Gago Coutinho, em
particular, cabe agora a vez a outra antiguidade, esta a campeã de todas as
antiguidades citadas acima. Trata-se da avioneta DO 27. Foi esta marca criada na Itália em 1922, num estaleiro
de construção de hidroaviões, tendo ali sido construído o maior avião comercial
antes da II Guerra Mundial e, durante esta foram construídos vários modelos do
mesmo avião, praticamente até aos dias de hoje.
Avioneta DO 27, da FAP |
A seguir junto uma imagem do aparelho da
FAP de nome DO 27, que era utilizado em muitas missões,
nomeadamente as de PCA(Posto de Comando Aéreo), avião de reconhecimento, avião
de reabastecimentos, transporte de correio em zonas inacessíveis e muitas outras
que agora me não ocorrem. Este “post”, fugiu à regra do tema, mas disso já
expliquei as razões acima. Também já atingiu o tamanho habitual e, por isso,
vou encerrá-lo, enviando cordiais saudações a todos os elementos da CArt 3514 e
familiares, da CArt 785/BArt 786 e da CArt 2396/BArt 2849, assim como para
todos os eventuais visitantes deste blogue, onde quer que estejam. Para todos
um abraço, com um até breve, do amigo e Camarada,
Octávio Botelho