Ora cá estou eu uma vez mais na prossecução de narração de alguns eventos levados a cabo por um dos nossos Furriéis e duas praças. Não intervim nessa aventura, que outra coisa não foi, por não ter possibilidades para tal, por não saber dela e, mesmo que soubesse, manda a verdade que se diga, não tomaria parte em tal epopeia. Correndo o risco de “meter a foice em seara alheia”, vou tentar relatar, muito resumidamante o que me contaram e o que vi em imagens que anexarei já de seguida a documentar este “post”. Mas, para que se compreenda bem o risco de tal empreendimento, torna-se necessário esclarecer que o Nengo é um rio de planície e apresenta um traçado em meandros, com uma corrente muito lenta e que mal se nota, dando voltas e mais voltas e, sem sol descoberto, sem uma bússola e não se conhecendo o percurso natural do rio (de oeste para leste) uma pessoa não consegue orientar-se uma vez que as margens do rio são profusamente alagadas e ali se produz uma vegetação compacta de capinzal que dificulta a visão directa do ponto final do percurso que se pretende realizar. Para dar uma ideia do percurso pretendido pelos aventureiros, anexo uma imagem do rio em questão e do percurso que pretendiam fazer, numa hora ou duas.
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Tiveram algumas sessões de treino para a sua aventura, nas quais se azafamaram em alcançarem a forma física necessária para a cabal concretização dos seus intentos. A distância entre o ponto de partida, que era a pedreira do Nengo e o término do percurso era, em linha recta, de pouco mais de 5 quilómetros, mas com os meandros, corrente e contracorrente, deveria contar-se com mais uns cinco ou seis mil metros e isto era para não se descuidarem. Efectuaram os aventureiros alguns exercícios de preparação para a sua viagem fluvial e quando se sentiram preparados para o Dia D, largaram da Pedreira do Nengo, com destino à Ponte que ficava a leste e, como já foi dito, ficava a uma distância de cinco mil metros. Anexo em seguida uma imagem dos treinos efectuados pelos três intervenientes na epopeia que, se revelou mais difícil do que o imaginado por eles. Parecem os exploradores Brito Capelo e Roberto Ivens, em África.
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Chana do rio Nengo, 1-Destacamento, 2-Local da Partida, 3- Chegada à ponte |
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Afundaram, mas nesta zona havia pé |
Findas as sessões de treino, lá chegou o dia marcado para a partida, numa simples canoa indígena, escavada num tronco, equipados com remos improvisados. A navegação era muito tranquila, pois as águas do rio não eram agitadas por rápidos. As águas mais parecem as de um tranquilo lago com ondulação nula e navegação tranquila, talvez até demais, notando-se que a corrente é também muito lenta, o que não ajuda nada ao avanço de percurso. Para avançarem terão que estar com os braços sempre em carga para poderem chegar ao seu destino. O comandante da expedição encontra-se à frente da canoa, com uma expressão de determinação, tal como o seu imediato, enquanto o e último ocupante tem uma expressão de quem vai para uma romaria, sem qualquer preocupação.Anexo uma última imagem sobre este tema em que figuram os intervenientes na aventura.
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Inicio da largada |
Pois o resultado desta aventura, foi que a viagem de cerca de cinco quilómetros, que contavam realizar em muito poucas horas, parece ter-me constado que durou muito mais tempo, pois dadas as características da corrente, andaram às voltas nos meandros do rio e assim a distância aumentou em muitos mais quilómetros e mais tempo de duração. Agora, por me ter metido a descrever acontecimentos que sei por me terem contado, quero pedir desculpas aos intervenientes nos mesmos, pela minha ousadia e invasão da vossa área da vossa competência. Vou encerrar este “post”, enviando cordiais saudações a todos os elementos da CArt 3514 e familiares, da Cart 2396/BArt 2849, CArt 785/BArt 786 e bem assim para os eventuais visitantes deste Blogue que se derem à paciência de me ler. Para todos vai um abraço do amigo e Camarada,
Octávio Botelho