Prosseguindo com a minha narração, cerca de uma semana após me ter apresentado no RAP-2, chegaram do RI-10(Aveiro), os militares que iriam fazer parte dos efectivos da CArt 785, tendo-se iniciado a IE. Estes militares, na sua grande maioria, eram do Norte, Nordeste, Centro e Beiras. A minoria era composta por pessoal originário da área de Lisboa, Alentejo e Algarve. Foi uma instrução muito dura e intensiva, com a aprendizagem das tácticas de combate, muito interessantes e vistosas, quando presenciadas em campos de treino e instrução teórica mas que se revelariam, no futuro e na hora da verdade, completamente inúteis e desapropriadas, uma vez que as tácticas que se praticavam nessas instruções não se adaptavam em nada ao teatro da guerra que se nos deparava no ambiente africano.
Após completada a IE, iniciou-se a IAO, que constava de uma série de” nomadizações”, “golpes de mão” e “emboscadas”, que mais pareciam encenações teatrais do que outra coisa, mas que cumpriam bem a sua missão de nos deixar estafados. Este último exercício foi rematado por um regresso à Unidade em marcha apeada e com o peso máximo do equipamento individual em cima dos costados.
Uma vez que estava prestes a iniciar-se a formação de uma nova Unidade expedicionária, tivemos que ser enviados para Viana do Castelo, onde os militares ficaram aquartelados no Forte que deu o nome à cidade. Quanto aos oficiais e sargentos almoçavam no BCaç 9, jantavam, dormiam e tomavam o P.Almoço em Pensões. A minha nunca mais lhe esqueci o nome: “Pensão Gorro Branco”, na Rua de Manuel Espregueira!... Ali continuámos os exercícios, com acampamentos em Vila Franca do Lima e Castelo do Neiva, sessões de tiro na CT do Monte de Stª.Luzia e por fim mais uma marcha apeada com equipamento máximo.
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Navio Vera Cruz |
Uns dias após as Festas da Senhora d’Agonia, logo de manhã cedo junto ao Castelo, na linha férrea que lá passava, estava estacionada uma composição que nos conduziria ao Cais de Alcântara, em Lisboa, onde se encontrava atracado o paquete “Vera Cruz” para nos transportar para Luanda. A viagem durou 9 dias em que, todos nós, de um modo geral tivemos um tratamento VIP em todos aos aspectos, que nos fez aumentar uns quilitos. Foram estes os melhores dias que tivemos, até ao dia em que pusemos o pé em África.
Mas,por hoje chega!...No próximo capítulo reiniciarei a narração que me
propuz relatar.
propuz relatar.
Até lá!...
Octávio Botelho